Loucos que nada! Eles são muito conscientes. Enquanto tem muito marmanjo
fazendo barulho com escapamentos abertos e empinando as CGs da vida
pelas ruas, os pilotos de wheeling vestem a camisa da responsabilidade e
só se arriscam nas manobras em locais apropriados. Na Copa Vale
realizada em Aparecida, os competidores levantaram as máquinas em uma
pista de 80 m X 16 m, montada em frente a Praça Três Corações.
Várias feras da modalidade compareceram, como o atual bicampeão
brasileiro, Fernando Fernandes, que tem 12 anos de estrada no wheeling.
Com sua CG 125, invocada e toda modificada, ele mandou várias manobras e
levou o público ao delírio com o zerinho cadeirinha sem bengala. “Eu
que criei esta. A dificuldade é andar com a moto sentado no guidão e com
a roda dianteira no ar”, disse.
Organizado pela Associação Brasileira de Wheeling e pelo mecânico de
motos, Edir dos Santos, o campeonato teve como objetivo promover a
cidade, além de divulgar mais o esporte que não tem muito o
reconhecimento da mídia. Mas, deveria. Atualmente são mais de 1000
praticantes em todo o Brasil, principalmente nos estados de São Paulo e
Santa Catarina. Vale lembrar que as provas têm autorização da Polícia
Militar e acontecem com grades de contenção para segurança do público.
Além disso, as pistas precisam ser lisas e sem ondulações para melhor
desempenho dos participantes, que são obrigados a usar equipamentos de
segurança.
No Wheeling, cada piloto tem 8 minutos para mostrar o maior número de
manobras. A pontuação vai até 1000. Dois juízes avaliam os movimentos,
como RL (andar apenas com a roda da frente), zerinho travado, no hands
(sem as mãos) e mega (trava a moto e gira em velocidade rápida com uma
mão), além do carisma com o público. As provas geralmente contam com
cinco categorias: CG 100 a 200 cilindradas, Speed (de 200 a 500 cc),
Dream (de 200 a 300 cc), ProMotor ( de 500 a 1100 cc) e Amador
(iniciantes).