Procura uma moto off-road? Conheça os diferentes tipos

Procura uma moto off-road? Conheça os diferentes tipos

Yamaha 250F: uma opção para quem gosta de terra (Foto: Divulgação)Yamaha YZ 250: uma opção para quem gosta de terra (Foto: Divulgação)
Três em cada dez motos são usadas para lazer, diz pesquisa da Abraciclo, a associação dos fabricantes de motocicletas. Nos últimos anos, tem se intensificado um modo bem específico de aproveitar as motocicletas, sem ser para trabalhar ou apenas se locomover: a prática do off-road ou fora de estrada.
São raros os motociclistas que jamais cogitaram comprar uma moto estilo trail – como também são chamados os modelos com maior capacidade de enfrentar caminhos ruins. O crescente sucesso mercadológico dessas motos com suspensões altas, guidões largos e pneus de cravos é reconhecido pela indústria, que sempre desova novidades para atender o nicho.
Tais modelos são requisitados até mesmo por quem jamais colocará os pneus fora de um piso pavimentado, seja pela maior robustez, seja pelo estilo atraente. Há consumidores que enxergam esse gênero de motos, que engloba desde a best-seller Honda NXR 125 Bros até o "monstro" máximo BMW R 1200 GS, um salvo conduto para encarar ruas e estradas sem se preocupar com o que virá pela frente, já que os modelos têm reforços adicionais para suportar maus tratos.
Há também quem queira uma moto ainda mais específica, realmente pensada para a prática do off-road verdadeiro, seja em pacatas trilhas de final de semana ou em competições de modalidades como motocross, rali ou enduro. Para eles, a indústria criou modelos que nem podem ser licenciados por não contarem com aparatos exigidos por lei, como luz de freio ou pisca-pisca. As off-road puras precisam ser levadas até o local da prática em carretas ou caçambas de picapes, mas compensam o inconveniente oferecendo performance ideal na terra, onde dão o melhor de si.
Hoje, há modelos para exclusivo uso na terra para todos os gostos e necessidades. Das menores para crianças às maiores para pilotos experientes, passando por modelos que funcionam como porta de entrada para o hobby do off-road, opção é o que não falta. Conheça os diferentes tipos:
Para começar
Rodinhas pequenas, baixa altura do solo e uma tremenda capacidade de rodar bem na terra: assim são as mais básicas motos para o fora de estrada, destinadas a crianças (isso mesmo!). Idade boa para iniciar na prática do off-road não existe. Há quem diga “o quanto antes”, e a história do esporte da moto mostra que muitos dos campeões de diversas modalidades começaram pilotando essas pequenas maquininhas no quintal de casa, evidentemente supervisionados pelos pais e 100% equipados, para que os inevitáveis tombos não provocassem mais do que pequenos arranhões.
No catálogo da maioria dos fabricantes há motos deste tipo, como a Honda CRF 110F, indicada para idades entre 8 e 11 anos, cuja peça publicitária chama de “a primeira moto de seu filho”. Para essa mesma faixa de idade, a Kawasaki oferece um modelo equivalente, a KLX 110, e um menor, a KX 65, que é mais direcionada à competição. Apesar da cilindrada mais baixa, o tipo de motor (dois tempos e não quatro tempos, como as citadas anteriormente) faz dela um foguetinho, “arma” ideal para a disputa dos campeonatos de motocross para pilotos iniciantes, quando ainda não completaram 10 ou 11 anos.
Para diversão
Se a ideia for apenas enveredar por trilhas e estradas de terra mal conservadas, aos iniciantes a Honda oferece a CRF 150F e CRF 230F. Com rodas maiores que a pequena 110, assim como dotadas de mais potência e o peso, tais máquinas ainda conciliam facilidade de condução com razoável performance na terra. São os modelos mais procurados do mercado e encontram concorrentes na linha da Yamaha, as TT-R 125 e TT-R 230. São todas montadas em Manaus e seus preços variam dos R$ 7,5 até R$ 11,5 mil.
Essas motos nasceram para atender o consumidor que anteriormente adquiria uma moto trail e precisava depená-la de “inutilidades” para a prática do off-road (farol, pisca-piscas, bagageiro...), além de dotá-la de itens necessários, como pneus adequados e guidão mais resistente, retrabalhar as suspensões. Com as CRF e TT-R, a moto já sai da loja pronta para a prática do off-road, adequada não apenas a quem queira apenas pegar uma trilha, mas também para participar de disputas em nível iniciante.
Para competição de alto nível
Se a intenção for competir de maneira séria, ou se as motos mais básicas para o off-road já não apresentam nenhum desafio, nada mais resta do que subir a escada da modalidade e conhecer as motocicletas “especiais”. Nelas, não apenas a potência do motor atinge um nível realmente “especial”, como também o restante do equipamento – freios e suspensões, por exemplo –, oferece especificação é voltada à competição de alto nível. Elas exigem um bom investimento e, também, pilotos com maior experiência na terra.
Yamaha YZ 450F (Foto: Divulgação)Yamaha YZ 450F (Foto: Divulgação)
Aquela garotada que começou com as pequenas Kawasaki KLX 65 ou Honda CRF 110 achará uma natural evolução na Yamaha YZ 85. Com maior porte e performance, ela é voltada para o motocross. Ainda nessa linha, há a forte YZ 250 e a poderosa YZ 450, nas quais o teor é o mesmo: são motos 100% projetadas para competição no motocross. As Yamaha WR 250 e WR 450 têm especificação semelhante, mas são voltadas para os enduros e ralis, ou seja, disputas em trilhas demarcadas e não em circuito fechado. Qual a diferença mais gritante entre elas? As para o motocross têm tanque de combustível pequeno e nenhum aparato, como cavalete lateral ou farol. Já as enduro oferecem maior tanque, e consequente autonomia, e têm os acessórios mencionados.
Nada impede que essas motos "de briga" sejam usadas apenas para diversão em trilhas de fim de semana, onde é a busca do prazer, e não da vitória, que está em jogo.
Yamaha YZ 450F (Foto: Divulgação)Yamaha YZ 85: voltada para o motocross (Foto: Divulgação)
No entanto, a característica dos modelos feitos para pilotos de alto nível pode tornar a diversão pouco acessível para a maioria. Potência exagerada pode ser mais um problema do que uma vantagem para quem não sabe como usá-la. Assim, se a experiência é pouca – e a vontade de se colocar à prova também –, é mais racional optar por modelos menos radicais, que, por bem menos dinheiro, oferecem diversão equivalente.